Organização

Objetivo

A estrutura de ensino descrita a seguir é relativa ao Quadro Docente da SER em âmbito nacional, não concernente às instruções realizadas em âmbito departamental — que possuem atribuição prático/operacional — cuja estipulação dos facilitadores está, portanto, a cargo dos respectivos Conselheiros Técnicos Departamentais (CTDs).

Estrutura

A Comissão Pedagógica é subordinada ao Conselho de Conselheiros Técnicos Nacionais da SER (CCTN), devendo ter seu responsável nomeado por esta instância.

Para a estrutura da Comissão Pedagógica da SER, é prevista: uma Coordenação Pedagógica; um Quadro Docente; e, para a realização de cada um dos cursos de espeleorresgate, um Comitê Organizador do Curso.

Para a boa manutenção de ensino das técnicas mais atualizadas, a Comissão Pedagógica contará com o auxílio dos Técnicos Referência (integrantes da Comissão Operacional), que deverão repassar aprimoramentos técnicos aos membros do Quadro Docente e/ou ministrar aulas pontuais acerca de suas especialidades, caso requisitados pela coordenação desta Comissão.

Organograma da Comissão Pedagógica da SER

Funções e responsabilidades

Coordenação Pedagógica

O Coordenador da Comissão Pedagógica, assistido por seus adjuntos, têm a função de organizar e dar as diretrizes gerais de formação de espeleorregatistas em âmbito nacional.

  • Promover reuniões de aprimoramento da estrutura de ensino da Comissão Pedagógica;
  • Elaborar um calendário de eventos: cursos básicos e de especialidades, mini-cursos, palestras, workshops, etc. Ressalta-se que simulados nacionais e regionais fora do contexto dos cursos são de responsabilidade da Comissão Operacional;
  • Manter registro e repassar à Comissão Administrativa as informações relevantes e/ou resumidas sobre suas atividades;
  • Estipular a grade curricular dos cursos e atualizá-las;
  • Determinar o Organizador Geral de Curso(s) e os Coordenadores Pedagógicos de Curso para os cursos subsequentes; 
  • Acompanhar e cobrar o bom andamento de todas as atividades referentes à Comissão Pedagógica;
  • Definir, junto aos Coordenadores Pedagógicos de Curso, o Quadro Docente que atuará em cada um dos cursos;
  • Indicar Instrutores para acompanhar Instrutores estagiários; e Instrutores ou Instrutores estagiários para acompanhar Monitores;
  • Realizar prestação de contas anual à Comissão Administrativa da SER.

Quadro docente

Todos os níveis do Quadro docente têm por função a difusão de conhecimentos padronizados e atualizados de forma didática aos resgatistas e aos aspirantes a resgatistas da SER, com vista a seu uso operacional.

  • Ministrar e dar suporte organizacional a eventos de ensino (cursos, mini-cursos, palestras, workshops, etc), elaborados pela Coordenação Pedagógica, segundo sua competência;
  • Acatar e divulgar as técnicas preconizadas pela SER (determinadas pela equipe de especialistas referência e/ou supervisores);
  • Participar de reuniões de aprimoramento da estrutura de ensino da Comissão Pedagógica, segundo sua competência;
  • Acompanhar o desenvolvimento de outros membros do Quadro Docente, como Instrutores estagiários e de Monitores.

Comitê Organizador de Evento

Os eventos organizados pela SER deverão contar com uma equipe dedicada para o evento em voga. A composição da equipe necessária com as funções abaixo elencadas deverá ser avaliada caso a caso.

Cursos básico e avançados de formação em espeleorresgate quando realizados de forma conjunta, serão considerados um único evento.

Organizador Geral

Sua função é ser o responsável pelo bom andamento da preparação em sentido amplo de um evento (organização, logística, financeiro, administração, divulgação, etc, a exceção das atribuições pedagógicas). Tratando-se de cursos de formação em que ocorra mais de um curso de forma concomitante (básico e avançados) a organização destes cursos de forma integrada e sincronizada também é atribuição do Organizador Geral. Este coordenará em última instância os trabalhos da equipe de Organização Local, devendo garantir que esta esteja desempenhando bem suas atribuições. 

Este cargo deverá ser escolhido pelo Coordenador da Comissão Pedagógica da SER a cada evento.

  • Coordenar a execução de preparação para realização do evento (incluindo-e a execução de cursos concomitantes);
  • Aconselhar, auxiliar e conferir a atuação dos Organizadores Locais na montagem logística dos eventos;
  • Levantar, junto ao Coordenador da Comissão Pedagógica da SER e ao(s) Coordenador(es) Pedagógico(s) do evento, o Quadro Docente que participará (de cada um dos cursos, se for o caso), por questões logísticas e financeiras;
  • Atender às necessidades individuais dos Coordenadores Pedagógicos;
  • Garantir a boa organização do evento e boa sincronização dos cursos concomitantes, se for o caso;
  • Apresentar a prestação de contas à Coordenação Pedagógica da SER;
  • Emitir relatório final do evento para a Coordenação Pedagógica da SER.
Coordenador Pedagógico de Evento

A função do Coordenador Pedagógico de Evento é ser responsável pelo bom andamento de um evento específico, tanto em nível pedagógico quanto organizacional (garantir que a Organização Geral e Local estejam desempenhando bem suas atribuições a fim de atender às necessidades pedagógicas do evento em que é responsável).

Este cargo é escolhido pelo Coordenador da Comissão Pedagógica da SER e poderá ser ocupado por um instrutor que tenha atuado nesta posição em no mínimo dois cursos nacionais a que esteja se propondo (básico ou avançados). 

  • Definir, junto ao Coordenador da Comissão Pedagógica da SER, o Quadro Docente que participará do curso;
  • Distribuir as atribuições e funções para o Quadro Docente;
  • Demandar e auxiliar o Coordenador Organizacional Geral a resolver demandas conjuntas para o bom andamento dos eventos;
  • Aconselhar e conferir o andamento das necessidades específicas para realização do Curso;
  • Garantir a boa condução do curso, incluindo-se a gestão de conflitos interpessoais;
  • Observar o ensino correto e atualizado das técnicas preconizadas pela SER;
  • Emitir relatório final do evento para o Organizador Geral.
Organizador Local

Sua função é ser o responsável pela organização logística do curso, sendo preferencialmente uma pessoa da região e que consiga mobilizar uma equipe local a fim de resolver questões relativas a infraestrutura do evento e de atividades de apoio. Esta função é subordinada diretamente ao Organizador Geral.

  • Levantar efetivamente os itens necessários à infraestrutura do evento, tais como: locais de salas de aula (e seus aparatos), escolha das cavernas e paredões de treinos, distâncias e tempos de deslocamento, possibilidade de apoios e patrocínios, quantidade e qualidade dos equipamentos de espeleorresgate, etc.;
  • Levantar efetivamente os itens de apoio ao evento, tais como: autorizações, alojamento, alimentação, deslocamento, logística, documentações necessárias, etc.; 
  • Estar disponível para atender às requisições do Organizador Geral.
Auxiliar

Sua função é assistir às demandas do Organizador Geral e do Coordenador Pedagógico do Evento. Esta função não possui responsabilidade pedagógica.

  • Auxiliar o Organizador Geral e do Coordenador Pedagógico do Evento nas questões por eles requisitadas, tais como: questões logísticas, almoxarifado, secretariado, abertura de vias de vias de progressão, acompanhamento de equipes, etc.

Técnicos Referência

Dentro da Comissão Pedagógica, sua função é difundir o emprego das melhores técnicas aos membros do Quadro Docente ou diretamente a uma classe de alunos (pelo Coordenador da Comissão Pedagógica da SER), restringindo-se a sua área de expertise.

  • Estar sempre atualizado com as técnicas mais recentes empregadas em espeleorresgate, buscando, sempre que possível, embasamento em estudos e práticas nacionais e internacionais, consciente da legislação nacional e das peculiaridades das cavernas brasileiras;
  • Repassar para o Quadro Docente os procedimentos e técnicas a serem observados, bem como seus porquês.

Níveis de ensino

A estrutura de ensino da SER conta com 5 (cinco) níveis:

  • aluno; 
  • monitor; 
  • instrutor estagiário; 
  • instrutor e 
  • supervisor.

Apenas os quatro níveis superiores (monitor, instrutor estagiário, instrutor e supervisor) são compreendidos como participantes do Quadro Docente.

Ressalta-se que a função de Auxiliar visa assistir e dar suporte ao Coordenador Pedagógico do Evento, não sendo uma etapa a ser galgada no Quadro Docente.

Pré-requisitos à participação nos diferentes níveis de ensino da SER

Para participação no Quadro Docente, os resgatistas aspirantes deverão se voluntariar como monitor para a Comissão Pedagógica da SER, através da página http://bit.ly/32SkMri, a qual avaliará o conjunto de voluntários e, individualmente, o perfil, capacidade espeleológica, técnica, pedagógica e interpessoal, convidando os indivíduos mais capacitadas entre os interessados a integrar o quadro, sempre que houver vagas.

Ressalta-se que só poderão se voluntaria a monitor pessoas que tenham participado de cursos de espeleorresgate precedentes.

Aluno

Qualquer pessoa que tenha conhecimentos e equipamentos mínimos de espeleologia. 

Este critério deverá ser revisto e se tornar mais rigoroso ao longo do tempo, devendo os atributos espeleológicos mínimos serem compatíveis com os níveis de instrução da Escola Brasileira de Espeleologia (eBRe/SBE). Enquanto esta entidade não estabelecer seus próprios critérios, serão utilizados os critérios estipulados pela própria Coordenação Pedagógica da SER, acima referidos.

Monitor

O aluno aspirante a monitor deve ter feito o curso básico de espeleorresgate pelo menos uma vez como aluno e ter, nos últimos 2 anos, participado de alguma atividade da SER (participar de treinos, simulados, reuniões, etc), tendo demonstrado bom conhecimento das técnicas espeleológicas de progressão (incluindo equipagem de vias, se for possível observar) e boa noção de segurança (análise e gerenciamento de riscos de si e da equipe).

Deverá demonstrar em forma de teste prático a realização de auto-resgate simples (como retirada da corda, vindo por cima e por baixo), com tempo máximo pré-estipulado de 8 minutos (contados do momento que se alcança a vítima até o início efetivo do procedimento de descida), de forma absolutamente segura (sem nenhum erro de segurança, mesmo que haja erros de procedimento) e com qualidade (atenção à vítima). 

O aspirante deverá demonstrar em forma de ensino (dar aula) as técnicas de repartidor, freio de carga, guincho, tirolesa e instalação e uso de rádio SPL.

O aspirante também deve possuir um perfil pedagógico adequado para assumir outros postos na estrutura pedagógica (bom comportamento, pontualidade, boa convivialidade, didática e comprometimento).

Instrutor estagiário

O monitor aspirante a instrutor estagiário deve ter sido monitor ao menos uma vez nos últimos 2 anos e nesta função ter demonstrado, durante o curso, perfil pedagógico adequado e ótimo controle de segurança dos alunos e das técnicas dos sistemas de resgate. Ter domínio para realizar e avaliar abertura de vias de progressão. Ser capaz de assumir a responsabilidade pelas manobras e zelar pela segurança de todos os envolvidos.

Deverá demonstrar em forma de teste prático a realização de auto-resgates complexos (como retiradas da corda vindo por cima e por baixo, com passagem de fracionamentos e nó, e no meio de um corrimão – este último com auxílio de corda extra) com tempo máximo pré-estipulado de 5 minutos para o desbloqueio da vítima (contados do momento que se alcança a vítima até o início efetivo do procedimento de descida) e de 4 minutos para a passagem de cada obstáculo (do momento em que se alcança o obstáculo até o início efetivo do procedimento de descida), de forma absolutamente segura (sem nenhum erro de segurança, mesmo que haja erros de procedimento) e com qualidade (atenção à vítima).

O aspirante deverá demonstrar em forma de ensino (dar aula) das técnicas de inversões de sistemas (guincho para freio de carga e vice-versa), contra-peso e balancim, instalação de rádio SPL e TPS e de ponto quente.

OBS: Poderá ser requisitada a demonstração de outras técnicas exigidas para o nível de monitor.

Instrutor

O instrutor estagiário aspirante a instrutor deve ter sido instrutor estagiário ao menos uma vez nos últimos 2 anos e nesta função ter demonstrado durante o curso, perfil pedagógico (conhecimento prático, didática, relação interpessoal, capacidade de improvisação e resolução de conflitos) e perfeito controle de segurança dos alunos e das técnicas dos sistemas de resgate. Ser capaz de assumir total responsabilidade pelas manobras e zelar pela segurança de todos os envolvidos. Apesar de não ser realizado um teste, será levado em consideração sua capacidade espeleológica (conhecimento do meio, espeleotopografia, exploração, vivência e experiência em diferentes contextos cársticos). Deverá também ter cursado ao menos 2 cursos de especialidades.

Deverá demonstrar em forma de teste prático a realização de auto-resgates complexos (como uso de técnicas de fortuna – simulação de perda de algum dos materiais -, ascensão com a vítima sem corda extra e passagem por corrimão) com tempo máximo a depender do circuito, de forma absolutamente segura (sem nenhum erro de segurança, mesmo que haja erros de procedimento) e com qualidade (atenção à vítima). Deverá também demonstrar o uso de ao menos um tipo de STEF (da horizontal para vertical e da vertical para horizontal), passagem de nó no guincho, freio de carga, contra-peso e tirolesas e transposição de desvio com a maca. Deverá saber manipular de diferentes tipos de macas (ao menos prancha rígida). 

O aspirante deverá demonstrar em forma de ensino no curso básico, ou seja, ter dado aula durante o curso básico de: Gestão, ASV, Comunicação ou Desobstrução; apresentando conhecimento prático e amplo da especialidade.

OBS: Poderá ser requisitada a demonstração de qualquer técnica apresentada no Manual do Espeleorresgatista, bem como outras técnicas exigidas para os níveis precedentes.

Supervisor

Enquanto houver a tutela do SSF, o papel de supervisor será dos instrutores franceses. Ao compreender que o Brasil possui contingente suficiente, os supervisores franceses deverão indicar 2 Instrutores que atuarão como supervisores (sozinhos ou em dupla) nos próximos cursos.

Para ser indicado, um instrutor deverá, no período dos últimos 10 anos: 

  • Ter exercido a função de instrutor em ao menos 3 cursos (não contando as atuações como Instrutor estagiário)
  • Ter sido Coordenador Pedagógico do Curso Básico de Espeleorresgate ao menos 2 vezes.
  • Ter participado de ao menos 3 cursos de especialização, dentre eles ASV e Gestão.
  • Ter participado como Conselheiro Técnico ao menos 3 vezes em simulados a nível nacional.
  • Ter coordenado e/ou organizado ao menos 2 simulados regionais e/ou nacionais.

Ser capaz de assumir total responsabilidade pelas manobras e zelar pela segurança de todos os envolvidos, dentro e fora da caverna.

Acompanhamento e avaliação

Para a boa evolução dos candidatos a monitores, a Coordenação da Comissão Pedagógica deverá designar para cada candidato a Monitor um Instrutor estagiário e/ou um Instrutor para acompanhá-lo e orientá-lo entre o período de sua admissão e o Curso Básico de Espeleorresgate seguinte.

De forma análoga, a Coordenação da Comissão Pedagógica deverá designar para cada candidato a Instrutor estagiário, um Instrutor para acompanhá-lo e orientá-lo entre o período de sua admissão e o Curso Básico de Espeleorresgate seguinte.

O Instrutor estagiário e/ou um Instrutor designado deverá analisar o processo evolutivo do monitor e descrever ao Coordenador pedagógico, até um período determinado, se ele está apto ou não para assumir o cargo no próximo curso. Para tal avaliação, poderão ser utilizados testes presenciais ou por vídeo em transmissão direta.

Validade da habilitação

A habilitação para cada um dos níveis no Quadro Docente terá o período de validade de 2 anos, podendo ser renovado indefinidamente por igual período por meio da participação em eventos da SER, aprovado pela Coordenação Pedagógica.

Caso o participante tenha permanecido afastado por tempo superior ao acima determinado, o Coordenador Pedagógico deverá providenciar os exames necessários para sua avaliação, reconduzindo-o ao nível de ensino adequado a sua atual capacidade técnica e atualização das técnicas, devendo realizar ao menos um curso como instrutor estagiário novamente.

Para o bom andamento das atividades, participantes que souberem que deverão se afastar ou que não participarem de atividades da SER por período superior ao estipulado, serão desligados da estrutura de ensino de modo a permitir que novos candidatos assumam a posição.